As Dores da Alma

Não obstante, amontoam-se nossas tribulações e, olhando adiante, não avistamos um rumo. Nos sentimos sozinhos, perdidos e desolados. Esta aflição nos consome, e como Pedro, afundando ao mar, percebemos que em matéria de fé somos falhos.

Ouvir de uma voz amiga: “Tudo vai ficar bem” pode ajudar, mas esta vigência é passageira. O fato é que nesses momentos o tempo parece parar. É como se uma grande noite sem fim se abatesse sobre nós e que do dia seguinte, não tivéssemos mais tanta certeza.

Não posso dizer que isso “é falta de Deus”, ou ainda, que em Cristo haja uma fórmula. Na verdade, as tribulações vêm, as pancadas doem, e nossas profundas feridas já falam por si. Tamanha é a agonia que, freqüentemente, perdemos a esperança e submergimos em amargura.

A voz de Deus não nos responde aos ouvidos e, por isso, inúmeras vezes nos sentimos desamparados. Muitas são as incertezas. Nosso brilho é escasso e, não raro, deixa de alumiar. Sem dúvida a vida tem nos encurralado. E agora?

Temos duas opções. A primeira é que nos desesperemos, choremos, e atormentados, desejemos a morte. A segunda é que paremos, respiremos, e nos conscientizemos que o tempo é o senhor de todas as dores. Olhemos ao redor e lembremo-nos que há pelo menos toda uma humanidade com infortúnios semelhantes ou piores que os nossos. Definitivamente, não estamos sozinhos!

Tudo isso faz parte do processo, e todos nós estamos no mesmo barco. Não há um só homem ou uma só mulher que, hora ou outra, não enfrente uma equação irresolúvel. No entanto, mesmo que não transportemos os montes, sempre há um contorno.

O importante de tudo isso, é sabermos esperar, termos forças para lutar e não desistirmos do combate. Freqüentemente, nossas experiências mostram que o que ontem nos pareceu tragédia, hoje soa como bênção e aquilo que hoje nos amaldiçoa amanhã nos traz vitória.

Ainda que falhemos, Deus não falha; ainda que duvidemos, de nós Deus não duvida; e ainda que Dele esqueçamos, ele nunca nos esquecerá.

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