Jugo Desigual: O Namoro Evangélico
- Júnior Figueiredo
- 21 de fev. de 2017
- 2 min de leitura

Muitos meninos e meninas já levaram um “fora” ouvindo a seguinte sentença: “A luz não pode se misturar com as trevas.” Ou seja, teoricamente, os que pronunciam esta declaração seriam a luz enquanto os que a ouvem seriam as trevas. Diferentemente do que acreditamos, isso acontece não só entre um cristão e um não-cristão: até mesmo um simples contraste na denominação já é motivo para o famoso jugo desigual.
Nessa linha, a salvação pelo "crer" já não é o bastante. O pretendente necessariamente tem de ser da mesma religião, da mesma denominação; e, se possível, ambos congregarem sob o olhar de um mesmo líder. Tudo isso é teorizado a partir de uma declaração que Paulo fez aos coríntios. Entretanto, quando o apóstolo se referiu a jugo desigual não criou um mandamento, muito menos fez alusão entre crente "x" e "y”, mas sim ao fato de que muitos judeus e pagãos tentavam persuadir os recém-cristãos a abandonarem a fé.
Essa incapacidade de interpretação textual e contextual têm levado milhares de pessoas a viverem um “Romeu e Julieta religioso.” Guiados por líderes que pretendem isolar seu rebanho de qualquer ideia que não comungue com suas análises, esses instauram uma espécie de intervenção governamental na vida do fiel e freqüentemente metem a colher onde não deveriam. Não compreendem que o amor, quando verdadeiro, só pode vir de uma única fonte: Deus. Não existe “amor das trevas”. O Amor é uma virtude que procede singularmente do Senhor.
Ora, se me considero luz, por que haveria de temer as trevas? Por acaso a luz não dissipa a escuridão? Por acaso a verdade não prevalece contra a mentira? Por acaso o bem não sobrepuja o mal? Pelo que saiba a luz permeia qualquer negrume e nele faz clarão.
Considero, sim, que para uma relação ser sólida, um e outro devem propor subir o mesmo monte. Isso não implica que ambas devam compartilhar exatamente os mesmos credos, mas sim fome e sede de um sentimento inalterável. As equalizações entre os jugos não devem acontecer nos contextos institucionais. Logo, todo lugar que é pisado por homens está sujeito a variáveis tipos de negatividade: como a inveja, o ciúme e os preconceitos. A relação deve constituir-se no âmbito da suma mensagem do Cristo, o Amor!
Cabe aos discípulos selecionarem seus companheiros pelas lentes registradas em Mateus, Marcos, Lucas e João; e não pela intromissão dos Mateus, dos Marcos, dos Lucas e dos Joãos da vida. Leiam e releiam o evangelho! Compreendam a mensagem de Jesus e busquem no seu pretendente as virtudes cristãs, não as crendices cristãs. Não crie dentro de si um ambiente de preconceito religioso - analise o coração.
No amor, sempre há de prevalecer o Amor; e a luz, de triunfar sobre as trevas.
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