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O Peso Existencial

  • Foto do escritor: Júnior Figueiredo
    Júnior Figueiredo
  • 24 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura


É claro que humanidade se rendeu a um sistema de rotatividade monárquica!

Assim, num mundo em que qualquer um pode ser rei, todos tem buscado viabilizar sua própria coroa - nem que seja tão somente pelos 15 minutos de trono. Logo, várias são as vias das quais se pode alcançar um reinado, dentre elas podemos citar: o dinheiro, o prestígio, a fama, a formação acadêmica e a beleza.


A vaidade nos leva a colecionar diplomas, acumular riquezas, obter prestígio e, quem sabe, subir no palco da fama e da formosura. No entanto, se algum desses ingredientes nos falta, rapidamente damos um jeito de compensar com outro que, não raro, é ainda mais venenoso que o primeiro.


Assim, temos uma guerra mundial não declarada acontecendo nas entrelinhas das relações sociais. O meu reino contra o seu, a minha coroa contra a sua. Aquilo que alguns chamam de amor próprio tem se tornado, muitas vezes, a banalização do narcisismo.


Tamanha é a cobrança da sociedade no sentido de calcarmos uma trajetória de “vitórias” que, às vezes, já não vivemos mais nossas próprias vidas, mas sim as convenções e conveniências exigidas pelo mundo. Deixamos, então, de ser o que realmente somos para sermos aquilo que devemos ser, mediante os olhos dos outros. Logo, para as vozes do sistema, não passamos de rótulos: “Esse aí é advogado, esse é médico, esse é vagabundo.” Isso nos leva a termos uma imagem distorcida de nós mesmos e dos outros.


É o mundo “real-time”, das simultaneidades, que faz com que em um segundo sejamos “o cara” e dois segundos depois, desprivilegiados, menores, burros e perdedores. Aí, com frequência, a mente entra em colapso e em processo de auto-sabotagem. Damos crédito à sociedade e nos curvamos aos seus conceitos: “Se tenho alguma coisa ‘sou alguém na vida’ e se não tenho nada sou um ‘zé ninguém.’”


Pior que um viciado em cocaína, saímos em busca de doses de glória, de elogio, de gozo, de prestígio, de “vitórias” - num eterno jogo de quem tem mais ou quem chegou mais longe. Eis que, nesse momento, nos deparamos com o peso existencial, defronte uma humanidade prostituta.


Não nos damos conta que tudo isso só acontece porque não nos identificamos com quem verdadeiramente somos, mas sim com o que dizem que somos. É essa falsa identidade, que a sabedoria oriental chama de “ego” e Jesus denomina “si mesmo”, que confundimos com nosso verdadeiro "eu". Jesus afirma: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lc 9:23). Negar a si mesmo é rejeitar o "si" falso, atribuído pelo mundo e sacramentado pela mente. É inspirar-se na identidade da alma que nos faz ser aquilo que somos, concebidos pela Graça e preenchidos de plenitude eterna.


No entanto, a humanidade - repleta de falsas identidades, seja de vencedor ou de perdedor - costuma não dar espaço para que “Eu e o Pai façamos morada.” (Jo 14:23) Rejeitamos a existência suprema, edificada em rocha pela existência do inferior: “o eu rico, eu formado, eu famoso, eu bonito, eu vagabundo”. Jesus propõe que crucifiquemos esses “Eus”: “Tome cada dia sua cruz.” Isso para que já não haja a necessidade de carregarmos o peso existencial pelos delírios do sistema-mundo, mas sim pela leveza do evangelho que nos traz a verdadeira alegria do Ser. “Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11:30)


Jesus liberta porque, perdendo a falsa identidade do homem-ego, nos renovamos com o verdadeiro eu-divino. Claro que, astuto, o inimigo sempre tenta arrumar um jeito de construir uma nova farsa em cima do homem-Jesus. Seja o de bondoso, seja o de ético, de caridoso ou o de crente pregador da palavra. Todas ainda são falsas, por isso a cruz tem que ser dia-a-dia. Logo, só haverá um “eu” verdadeiro em nós quando não mais existir EU nenhum, mas sim "Tu em mim, Senhor."



Em Jesus, o peso existencial torna-se uma pluma de vida eterna, pois sábios os que vão por suas arestas e nele encontram repouso: “Vinde a mim todos os que andais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 11:30)




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